
Uns pôsteres na parede falando sobre ergonomia, a importância de um bom colchão para a coluna, as molas adequadas e os materiais mais nobres.
Escrever por instinto, impulso ou prazer. Sem rotina.
Na minha opinião, deveria haver uma política radical semelhante à do filho único chinês. No país asiático, cada casal só pode ter um filho porque já existem chineses aos bilhões.
Aqui no Rio, e em outras cidades do Brasil, só deveria ser permitida a circulação de uma quantidade X de veículos.
Quando o governo vai trocar o lucro fácil por beneficiar, de verdade, a cidade?
Claro, a canção ainda é maravilhosa. Claro, o autor ainda é objeto de veneração.
Mas dominá-la faz parte do feitiço ir embora.
Em vez do êxtase, o costume.
Um acorde a mais, mais um pouco de desilusão
Em vez da magia de antes, fazer a melodia soar de seus dedos a faz parecer terrivelmente mundana.
Quando se desvendam seus acordes, surge a certeza: não é de outro planeta. É humana.
Portanto, a busca por letras como G/ D/ C/ A deve-ser feita com muita convicção.
Começar a decifrar essas estrofes é um caminho sem volta.
Como o homem é mortal, ele tenta se perpetuar por gerações através de seus feitos, da sua arte, das suas criações.
Pra quê tirar foto de um aniversário com a família toda reunida? Para que os tataranetos possam olhar para o retrato e se lembrar dos ancestrais.
Por que os Beatles compuseram tantas músicas belíssimas? Além de ganhar dinheiro, para que nossos descendentes cantem "Let it be" daqui a 200 anos e se lembrem de Lennon e McCartney.
Por que Michelangelo teve um ataque fulminante de realização e júbilo quando terminou de esculpir o Moisés, e tirou uma lasca de mármore do joelho da estátua num rompante incontrolável? Porque percebeu que viveria eternamente através da perfeição daquela obra.
- Por que não falas??? - Berrou o artista para a escultura, maravilhado com o resultado.
O ser humano tem sede de posteridade. E não é preciso ser gênio como Michelangelo.
Com este blog, tenho profundo orgulho dos leitores que recebo aqui. E vou acumulando, um a um, os posts que escrevo.
Estão todos aí, do lado direito, organizados em ordem cronológica, ao alcance de qualquer clique do mouse.
Quem sabe, daqui a muitas décadas, estes escritos não signifiquem alguma coisa para meus netos?
O Twitter não. O Twitter não tem o mesmo tesão. O Twitter se satisfaz em migalhas de letrinhas diárias que se perdem no tempo. Frases ao vento sem esforço, sem finalidade, que se empilham e acumulam poeira.
É a pomada paliativa que satisfaz momentaneamente, mas não aplaca a dor da busca pelas verdades do mundo.
O Twitter é o chopinho do fim do dia, o papo-furado, a risada fácil, a piadinha da moda. Divertido, é verdade. Mas raso, ilusório e passageiro.
Para voar de verdade, não use as asinhas da ave risonha do Twitter.
Infelizmente, os vôos de verdade são mais difíceis, mais angustiantes, mais trabalhosos. Mas muito mais recompensadores.