Os Substitutos, com Bruce Willis.
Sabe aquele jogo Second Life? Você cria um bonequinho, escolhe a idade, a aparência e as características dele e sai jogando, interagindo com outros bonequinhos mundo afora, controlados por outros internautas?
O filme fala exatamente desse jogo...
mas passado na "vida real".
Imagina só.
Uma época, (nada distante da atual), em que "internautas" possuem personal-andróides.
O cara fica em casa, em frente a um computador, e dá os comandos a um ciborg que vive a vida de um cidadão comum.
O usuário pode ser um gordinho barbudo de 30 anos, mas seu andróide pessoal pode ser uma jovem bonita de 18 anos, curtindo todas na noitada.
Uma ficção científica (assustadoramente familiar aos cidadãos do século XXI), em que marido e mulher não interagem mais no téte-à-téte, mas apenas pelos seus robôs.
História superverossímel.
Um Bruce Willis de cavanhaque (já abatido pela calvície e castigado pelas rugas) controla, da sua poltrona, um ciborg feito à sua imagem e semelhança... com a pele mais lisinha e um vasto cabelo loiro bem cafona, daqueles que exageram no visual porque têm dificuldae de lidar com a idade já avançada.
Ele é um policial que, subitamente, se vê envolvido na história principal do filme (não vou contar).
O interessante é a forma como os tais bonecos, na trama, são vendidos aos consumidores.
Além dos benefícios de poder adotar a estética que bem quiser, os robôs reduzem drasticamente as taxas de acidentes, roubos e assassinatos. Claro, caso o seu andróide seja atropelado, você estará são e salvo em casa. Basta comprar um novo e colocá-lo nas ruas novamente.
E nem adianta dizer "Ah, mas ninguém toparia isso na vida real! Quem aceitaria viver a vida através de um robô?"
Os internautas dos dias de hoje são a melhor resposta.
Muitos preferem existir no Second life a viver a vida de carne e osso.
Para muitos, a vida real é mais sofrida que a idealizada, virtual. É ou não é?
E ainda tem aqueles twitteiros frenéticos. Quem não tem um amigo próximo que não consegue mais viver em sociedade?
Basta sentar numa mesa de bar, ou na praia, ou em qualquer canto, que abrem mão da companhia e da conversa dos camaradas para ficar mandando frases para o Twitter, do tipo:
"Estou reunido com amigos no barzinho. Faz muito tempo que não os vejo, estou curtindo muito!"
Está mesmo? Esses viciados nas mensagens curtinhas parecem não se interessar em mais nada a não ser essa idiota e vazia sensação de se comunicar com todo mundo e com ninguém ao mesmo tempo.
Os Substitutos.
Um filminho bacana. Vale a pena ver.
Ver e pensar.
Pensar em como, sem perceber, deixamos nossas vidas serem drenadas pela experiências tecnológicas.
Um comentário:
Beleza, Drei. Gostei da sugestão. Vou hoje ao cinema, aproveitando que a Nássara, que não queria ver esse filme de jeito nenhum, está viajando.
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