Mas é incrível como, algumas vezes, o raciocínio lógico nos deixa tão distantes da verdade.
No livro O gosto da guerra do jornalista José Hamilton Ribeiro, um correspondente no Vietnã que, inclusive, perdeu a perna ao pisar numa mina, há um trecho bem interessante:
Ele conta o seguinte. Todo soldado e todo jornalista deveriam sair de seus abrigos rumo aos perigos da selva, impreterivelmente, portando dois ítens.
Uma camisinha e uma pistola.
Pra que esses dois objetos? Pensamos, é lógico, para fins sexuais e para matar o inimigo.
Algo normal numa guerra, não é?
Quem chegou à mesma conclusão, saiba logo: está redondamente enganado!
A arma não é para apontar para os outros, e sim para tirar a própria vida no caso de ser capturado pelo inimigo. O suicídio parecia uma saída mais digna do que sofrer torturas nas mãos dos vietcongues.
E o preservativo? Nada de sexo.
Era para levar cigarros, fósforos e documentos nos bolsos sem deixá-los molhar nos pântanos e nas chuvas. Protegidos pelo látex, ficavam intactos.
A certeza absoluta pode ser um caminho traiçoeiro.
A certeza absoluta pode ser um caminho traiçoeiro.
Um comentário:
eu era mocinha quando o José Hamilton foi ferido no Vietnã e sua foto saiu na capa da revista Realidade que, na época, era o que havia de novidade em termos de conteúdo associado a fotografia (até então, ou as revistas eram "pesadas", tipo Visão,só com letrinhas, ou era a Manchete, a Caras da época, só com figurinhas).
vale a pena jogar no google revista realidade e dar uma espiada.
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