
E, ao não notar esse detalhe, revelamos um preconceito cultural e passamos a nos questionar.
A solução do mistério é bem óbvia. (veja post abaixo)
Pai e filho sofrem um acidente. Ao chegarem no hospital, o cirurgião diz "meu filho!".
Claro. Cirurgião, em inglês, pode ser interpretado também como "cirurgiã"!
Não tem gênero.
A doutora era a mãe do menino.
Nós não pensamos nisso. E resolvi colocar a questão aqui no blog para ver se os leitores percebiam.
Remi, logo de cara, matou a charada.
Mas se o atento Remi não tivese sacado, quantos será que teriam solucionado o mistério?
Raios, me cobrei, por que em pleno século XXI não posso conceber o fato, logo de início, de que uma mulher é a cirurgiã do enigma?
Todo cirurgião tem que ser homem? Que machismo é esse?
Será a herança cultural?
Será resquício da sólida idéia universal de que se deve valorizar mais o homem do que a mulher?
((um bom exemplo? Basta escrever a palavra SURGEON ou PHYSICIAN no google imagens. Veja quantas fotos de homens aparecerá para cada moça))
As próprias palavras em português são exemplo disso.
Se há cinco meninas e um menino, o gênero da frase vai automaticamente para o masculino.
Os meninos.
Por que não as meninas? Pois são a maioria.
De vocábulo em vocábulo, de termos e expressões que superestimam o masculino, não sabemos ser livres.
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Quando nos libertamos da jaula do português e encaramos uma frase em inglês, onde a palavra SURGEON não tem gênero, estamos condicionados a um pensamento machista.
O cirurgião. Por que não A cirurgiã?
Eis que a charada, apenas um joguinho de provocar a adivinhação, me revelou algo bem mais importante.
- Menino, tens ainda muito a evoluir!
Um comentário:
E quando ligamos para marcar uma consulta de emergência? A Pergunta sempre é 'Tem médicO hoje?'. Nunca perguntamos péla médicA. Entendo que seja por uma questão genérica, de usar o masculino como forma de englobar os dois gêneros, convenção mundial... Ou um problema ocidental?
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