quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ 2010!!!

Havia um milhão de pessoas dentro do shopping nesta quinta-feira, 31 de dezembro de 2009.

Turistas do Brasil e do mundo no Rio de Janeiro. A chuva estragou a praia da galera.

E todos infurnados no centro comercial, vizinho da Praia de Copacabana, o maior Reveillon do planeta.

Por coincidência, o tal shopping é, vamos dizer assim, a cozinha da minha casa.

Não ligo o fogão do meu apartamento há 3 anos. Sanduíches caseiros são raríssimos.

Frequento os restaurantes do Shopping todos os dias.

E o que aconteceu hoje? TODAS as opções estavam abarratodas, com filas e números de senha sendo distribuídas!!!

Na loja dos chinelos Havaianas, por exemplo. Sabe o que tinha? Tinha uma corrente segurando a fila do lado de fora, pra não deixar todo mundo entrar ao mesmo tempo!

Cara, você já viu fila pra entrar em uma loja da Havaianas??

Enfim, surrealismo puro!

Exijo que o mesmo esquema adotado para o Reveillon de Copa seja adotado para o Shopping Rio Sul.

As ruas do Bairro são fechadas, ninguém entra de carro ou de táxi!

Exceção, é claro, para os moradores de Copacabana! Claro, eles têm privilégios por residirem no lugar que é visitado por milhões apenas uma vez por ano!

E aí? Cadê a minha carteirinha de habituê dos restaurantes e lanchonetes do Rio Sul!

Quero furar fila, passar na frente!
Gente, vocês fazem comida em casa e tem refeição nos hotéis! Eu não!!!

Termino o ano de 2009 de cara feia, com fome!

Bom presságio para mudanças em 2010!

Feliz ano novo para todo mundo!

Muito obrigado pelas visitas!!!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

1 ano pra frente, 1 ano pra trás

Aperte um botão qualquer do seu computador.

Não importa qual. É apenas um exercício de imaginação.

Transporte-se para este mesmo dia, 30 de dezembro, mas de 2008.

365 dias atrás.

Agora, imagine-se ligando a TV e vendo a chamada para a retrospectiva DESTE ANO, de 2009:

O locutor informa: "Você vai ver os acontecimentos mais marcantes do ano, as imagens, as tragédias, etc..."

E as imagens que aparecem são as seguintes: O Felipe Massa com uma baita cicatriz no olho esquerdo, o funeral do Michael Jackson, o Rio de Janeiro sorteado como sede olímpica, Flamengo hexacampeão brasileiro, avião da Air France espatifado no chão.

Imagina o espanto, o seu espanto, na ignorância de 1 ano atrás, se pudesse ver todas essas imagens do futuro???

O que??? Michael Jackson vai morrer???
Flamengo??? Vai ser campeão brasileiro de pontos corridos???
Rio de Janeiro sede olímpica??? Tá de sacanagem né?
Felipe Massa com o rosto deformado???

Fiquei pensando em como será a chamada para a retrospectiva de 2010.

Se pudéssemos saber dela agora... quantas revelações teríamos, não?

Lúcio levantando a taça do Brasil campeão da Copa de 2010?
Vascão campeão brasileiro na volta à série A?
Obama sofreu um atentado??
Serra celebrando a eleição para presidente do Brasil?
Mísseis nucleares testados pelo Irã?
.
Enfim, que mundo surpreendente o mundo nos reserva.
Em quantas coisas não acreditamos agora... mas serão normais e manjadas daqui a 12 meses?
Que caminhos a vida tem guardados para nós? Para nós, planeta, e para nós, pessoas?

Se você tivesse a chance de dar uma olhadinha na retrospectiva da sua vida daqui a um ano, você espiaria?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal


Na tal data
nos encontramos

Na tal ocasião
ficamos juntos

Fim de ano
lembro
e desejo

desenlaço
surpresas

desembrulho
tristezas

dezembro
esperanças

Jesus
é menino
como a vida
que habita em mim

Nesta data
na tal data
Seja feliz

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Definição: an.gús.tia - sf (lat angustia)

Angústia,

sensação que se esconde lá dentro.

Camuflada, não revela aos outros

sua verdadeira intensidade.


Para que fosse notada,

reconhecida, percebida pelos demais,

e com força semelhante à dor real,

precisaria nascer de uma cena grotesca:


A mão rompe peito adentro,

atropela as costelas, rasga o coração,

alcança as vísceras e as esmaga entre os dedos,

um líquido viscoso explode e escorre pelo braço.


Por dentro, no eco da caixa toráxica

uma tocha acesa, incandescente.

Pelas vias aéreas, um veneno gasoso na respiração,

que queima a cada suspiro.


No estômago, insere-se um bloco de chumbo

denso, pesado, grande o suficiente,

para permitir um trânsito mínimo

do bolo alimentar.


Ah, é claro,

tudo isso com a pessoa bem viva,

acordada, lúcida e consciente.

Pois angústia só se sente

quando não se sabe a hora de acabar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Corolário


Qualquer coisa que tenha pretensão literária deve, necessariamente, ter 141 caracteres ou mais.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Nada a dizer

Só pra registrar,

só pra relatar,

gostaria de acrescentar...


Escrever é força.

Gravar o pensamento.

Lavrar em pedra a sensação.


Hm, tenho a impressão...

Quero dizer, preciso falar,

tenho que me expressar!


Chegou a hora das palavras,

tenho muito a imaginar,

a contar, a declarar.


Escrever.

Pura explosão, puro poder.

Faz existir,
.
mesmo quando não se tem nada a dizer.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Denúncia


Ele é conhecido no Brasil inteiro. Preferência nacional.

Cultuado nos quatro cantos do país.

No entanto, foi assassinado!!!

E eu sei quem foi!!!
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Guaraná.

De preferência, Antárctica. (Claro, é o mais gostoso).

Mataram o bom e velho guaraná. E eu conheço o criminoso.

Quer saber quem foi? O refrigerante diet.

Acompanhe minha linha de raciocínio:

15 anos atrás, pedir um guaraná no restaurante era muito fácil.

-Traz um guaraná?
- Sim senhor!

E fim de papo.


Hoje é assim:

-Traz um guaraná?
- Normal ou diet?
- Normal!


Hoje em dia, todo guaraná tem que ser pedido com explicação.

O guaraná sem complemento, por consagração do uso, por antiguidade e tradição, deveria ser compreendido como "normal". Quero guaraná e pronto! Não quero explicar!

Mas não é assim que funciona. Todo garçom pergunta qual eu quero: normal ou diet??

Caceta, se eu quisesse o diet teria dito logo de cara!

Às vezes, eu mesmo me pego pedindo guaraná normal!
- Quero guaraná normal, tá?

Sem perceber, traio meus ideias e minhas convicções.

É uma manobra sórdida dos refrigerantes dietéticos.

Sabe aquele ameaçador dito popular: "Vou cair mas vou levar você junto?"

Pois é. As cocas e guaranás diet chegaram e transformaram nossos pobres guaranás. Como toda bebida dietética tem que ser pedida com explicação, fizeram com que os normais também tivessem que ter esse sobrenome: "Normais".

Só porque têm gosto de remédio purgante ficam envenenando a vida dos deliciosos irmãos.

Fico pensando:
Normal.
Qual seria o oposto disso?

Guaraná anormal? Será que o Kuat ou Schin podem ser considerados anormais? (Acho que sim).

Vivemos a época da segmentação.

Todos os produtos estão disponíveis para o consumo dos mais diferentes perfis de gente.

Tem normal, diet, de laranja, de chocolate, de jiló.

TV a cabo tem canal de sitcom, de documentário, de filme, de esporte, de criança, de animalzinho.

Para fazer gosto a todo mundo, há várias opções de tudo.

E quanto mais segmentação, menos autenticidade, menos genuinidade, mais explicação.

O vovô guaraná, o Antarticão de garrafa de vidro e tampinha de ferro, deve dizer para seus netinhos-pet:

-Meus pequenos, quando vovô era garotão, todo mundo me conhecia! Eu era o dono do pedaço! Onde já se viu a quantidade de nomes que essa geração usa!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Perder

Saber perder.

O ser humano valoriza tanto.

Deve ser

porque é ato sobre-humano,

gesto inalcançável,

distante das nossas ambições.


Pois veja,

quantas certezas temos na vida?

Só uma. Apenas uma.

A de que vamos perdê-la.

Tudo muda. Mas perder, não.

Perder é ponto sem discussão. Sem negociação.


Dramático,

trágico destino do homem.

E como dele não se foge,

como admitir

tantas pequenas perdas vida afora?

Não basta uma, a maior de todas?


Não adianta,

não sabemos, não aceitamos,

dói demais, esse negócio de perder.

.
Perde-se o útero,

casa,

perde-se a infância,

mágica,

perde-se a juventude,

explosão.


Perdem-se os queridos,

ferida,

perde-se a saúde,

derrocada,

perdem-se os amores,

vácuo.


Perder.

Palavra sem sinônimo.

Absoluta.

Basta uma no vocabulário.

Para que ninguém corra o risco de perder

mais do que pode aguentar.


Perdas.

Às vezes nos tiram, nos tomam à força,

às vezes somos nós que as provocamos.


Não adianta,

não cai a ficha,

não admito, não engulo,

que ao me darem a vida,

presente divino,

me impuseram também uma única e cruel direção.


Tolice pensar,

que viver é ganhar.

Ganhar vida, chances, felicidade,

experiência, amores, oportunidade.

Morrer é perder.

Viver também é.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Feto

Abrem-se os olhos,
pum,
vivo!

Ar nas narinas,
pulmão funcionando,
tudo muito estranho,
neste corpinho de gente.
.
Bem, tenho uma novidade,
e não é boa:
viver não é nada fácil.

Sem convite,
sem querer,
sem entender,
caímos no mundo.
.
É hora de, simplesmente, caminhar.

Tente, tente porque é o destino humano.
Tentar entender, compreender.
Os porquês, os pra quês de tudo.
.
Tente, tente controlar o sentimento,
o tormento,
é do jogo.

Pois só se aprende,
que não se controla,
que não se entende,
tentando.

E vivendo.
E caminhando.
.
Respira
e sofre
respira
e vive
respira
e dói.
.
Sorria.
Sim, sorria,
mas saiba,
que felicidade
pura, em estado bruto,
não é algo próximo ao ser humano não.

Bifurcação.
Às vezes toma-se um caminho
sem nem saber por quê.
.
É do jogo, é da vida.
É ferida.
.
Como era antes,
dos olhinhos abertos,
do nariz respirando?

Não sabemos, não entendemos,
só conhecemos esta, que fere, corta, rasga, machuca.

Viver
é não saber.
Vai entender!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Celular e fones de ouvido

Estão na moda esses fones de ouvido acoplados ao telefone celular né?

Com eles, o cara pode falar ao celular até dirigindo. Já viram?

Outro dia, um amigo teve uma tirada muito boa.

Já era a terceira ou quarta vez que eu passava por ele e o via falando ao telefone com aquele aparelhinho. Aproveitei para provocá-lo:

- Cara, toda vez que passo por você e você está no celular com esses fones de ouvido, tenho a nítida impressão de que você está falando sozinho! É muito estranho.

- Deixa eu te contar uma coisa: na verdade, eu estou falando sozinho. Coloco os fones de ouvido só para disfarçar.