É muito interessante observar a mistura da tecnologia urbana com o jeitão carioca:
passando pelo Humaitá hoje de manhã, olhei aquela placa eletrônica gigante, que indica os pontos de tráfego intenso das proximidades.
ela dizia o seguinte: "4623485763464398393734647383623846473783946348364960"
Era evidente que tinha dado um problema no computador central da máquina.
Mas o placar luminoso continuava lá, exibindo essa sequência nonsense de números.
Penso: Se fosse nos Estados Unidos, Alemanha, ou qualquer um desses países onde há grande controle da ordem urbana, quanto tempo um outdoor eletrônico com dizeres malucos ficaria ligado, exposto à multidão?
É muito engraçado, você dirigindo de Botafogo para o Jardim Botânico, e um colosso de luzes com caracteres aleatórios fazendo parte da paisagem.
E o melhor... deve ter ficado lá assim a manhã inteira.
No fundo, gosto disso.
Não curto a falta de jogo-de-cintura do jeito de ser norte-americano ou germânico. Não gosto da fissura de ser certinho demais, organizadinho demais.
É como se fosse uma instalação de arte contemporânea em pleno caos da rua Humaitá.
"4873984738947938" não quer dizer nada. E daí?
Quando não descamba para o desrespeito ao próximo, o jeito relax do carioca é uma ótima válvula de escape para as neuroses do dia-a-dia.
sábado, 29 de novembro de 2008
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2 comentários:
pra eu entender melhor: o interior do seu carro é uma expressão desse tal jeitão carioca?
FODA! te amo, bjs
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