terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia mundial sem carro

Confesso.
Peguei a chave do carro ontem.

Liguei a ignição e acelerei em direção ao trabalho.

No início da manhã, o trânsito estava igual a todos os outros dias. Aparentemente, os automóveis não ficaram nas garagens.

Peço desculpas. Meu desejo era deixar o carro em casa.
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Mas a conveniência falou mais alto. Minha bicicleta não estava em casa. Nas nuvens, uma ameaça de chuva.

E, admito, acordei um pouco atrasado. Precisava de algo com motor para chegar mais rápido.
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Não sei avaliar, ainda, a eficácia deste Dia mundial sem carro.
Sem dúvida, é uma boa iniciativa.

Se servir para a humanidade dar um "clique" e perceber que a vida é possível, e mais saudável, sem carro, a idéia é bem-vinda.

Mas não escondo que tenho um pé atrás com esse movimento.
Apóio a causa, mas não tanto o modo de fazer.
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Acho esse formato "Dia sem carro" tão ineficaz como abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas para pedir paz, ou hastear bandeiras brancas nas janelas para dar um basta à violência.

Na minha opinião, aqueles que aderem o fazem para apoiar um movimento de vida curta.

Durante 24 horas, livram suas consciências e se sentem parte de uma grande onda do bem.

Mas logo voltam às suas vidas, numa sociedade onde nada mudou.

Sugiro um outro formato, e de muito mais impacto, para mudar a vida motorizada.

Que tal o movimento "Vida sem carro"?

O governo abre mão da grana e impostos das montadoras, indústrias automobilísticas e postos de gasolina.
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Além disso, inicia um programa para comprar carros de quem os queira vender, por preços muito acima do mercado. Um incentivo real para esvaziar as ruas das grandes cidades.

Abre os cofres e investe pesado na melhoria do transporte público, com mais linhas de ônibus, e da manutenção das rodovias.

Faz mais estações de metrô.

Investe pesado para transformar grande parte das vias urbanas em ciclovias bem sinalizadas.

Restringe a área de circulação de carros nas grandes cidades.

Estabelece um sistema de salgadas tarifas para quem quiser ir de carro aos bairros superpopulosos, assim como acontece no centro de Londres.

Faz tratamento de choque na população, radical, implementando restrição ou rodízio de automóveis imediatamente.

Eu topo! Vida sem carro.
Quem adere?

6 comentários:

Remi disse...

Apoio!
Totalmente!
Eu uso carro muito pouco (até porque eu tenho 16 anos e ainda não dirijo, dependo dos meus pais, mas mesmo assim, é muito raro que eu entre num carro com eles!) e uma coisa incrível é que fazem dois anos, no dia do carro, é um dos únicos dias da semana no qual eu entro num carro!

Maria Clara disse...

ahhahahahaahah
muito bom

marina w. disse...

Rodízio de caronas tb é legal, e mais divertido :)Pessoas que moram no mesmo prédio saem na mesma hora para o mesmo lugar, normalmente o centro da cidade. Nada a ver.
Beijo!

Laz disse...

Como seria bom viver num mundo utópico...mas aguardar melhorias reais de infra-estrutura de qualquer poder público no Brasil é isso, utopia.

Se tivéssemos metrô extenso (pq de qualidade ele até é), aposto que não haveria favelização no Rio, pelo menos não como é. Eu seria o primeiro a deixar o carro na garagem, ou nem ter. Se soubesse que em x min. estaria no trabalho e depois em outros x em casa, maravilha.

Mas a realidade é que o Metrô talvez chegue a Ipanema ano que vem...na Barra só em 2014 por causa da Copa, se é que vão cumprir a meta (eu duvido).

Primeiro tem que haver transporte público amplo, seguro e eficaz. Depois vc tarifa acesso de carros a determinados lugares (Centro, etc), aumenta preço de vagas nas ruas nos lugares de livre acesso de carro, e por ai vai...

Mas infelizmente ainda acho que isso não passa de utopia no Brasil...

jose luis disse...

adorei o Dia Mundial sem Transito
o Rio estava muito melhor

hbo disse...

Eiiiiiiii eu topo. Adorei a idéia. Vc imagina Sampa como seria melhor sem carrinhos?