quinta-feira, 18 de junho de 2009

Será que precisamos de um Batman?

Com a cara lavada e o bigode imundo, Sarney discursou nesta terça-feira no senado.

O presidente da casa driblou as acusações como um garrincha encapetado. Renegou os escândalos como se não fossem dele.

-Todos os congressos do mundo têm seus problemas! Essa crise não é minha, é do Senado.
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Bradou como se fosse uma criança recém-chegada ao parque. Mas, como bem lembrou o comentário político da CBN, Sarney já está no terceiro mandato como presidente da casa. Conhece muito bem as entranhas podres das maracutaias e é responsável por boa parte delas.

Com atos secretos, deu emprego ao neto, a duas sobrinhas, exonerou sem exonerar uma chefe de gabinete. Tudo com aquele dinheirinho que eu e você demos tão duro pra conseguir.

Se não me engano, o Senado tem um orçamento anual de 2 bilhões de reais. Será que eu prefiro saber pra onde vai esse dinheiro ou prefiro seguir na minha quase-ignorância?

É lógico, nada vai acontecer ao Sarney nem a nenhum pilantra que trabalha(?) sob o teto do suntuoso prédio de Niemeyer, construído com uma meia-bola de cada lado e duas torres ao centro.

Com os horrores da ditadura militar tão recentes, é quase uma heresia dizer que não se confia mais na democracia. É perigoso demais manifestar publicamente o castigo que, no íntimo, julgamos que esses canalhas merecem.

Por isso, sugiro solução mais amena:

Não estaríamos precisando de um Batman que trabalhe só em Brasília?

Que desse um vôo rasante sobre o senador bigodudo no momento exato em que o picareta, distraído, estivesse entrando no seu carro, no estacionamento vazio sob a noite escura.

Nosso herói laçaria o sacripanta com a Bat-corda e o capturaria sem deixar vestígios. Depois de dar-lhe um baita susto, fazendo o confessar seus crimes nojentos, abandonaria-o ao nascer do sol, pendurado de cabeça pra baixo feito morcego.

Batman continuaria o procedimento justiceiro nas semanas seguintes: Renan Calheiros, Fernando Collor, os mensaleiros do PT e quem mais precisasse de um corretivo.

Em pouco tempo, todos os políticos de Gotham City estariam borrados de medo, coagidos, infelizmente, pelo terror e não pelo respeito à eficiência da Justiça.

Já perdi as esperanças nas autoridades e nas leis. Que pena.

Alguém no DF, por favor, ligue o holofote tatuando os céus da noite negra. Deixe aparecer, para todo político ver, o sinal do morcego justiceiro.

4 comentários:

Marcos Serra Lima disse...

O pior é nem podemos acender sinais luminosos para o Batman que temos por aqui... Ele tá mais pra coringa mesmo.

Abraço!

André B. disse...

Realmente, marquinhos... o Batman-traficante da vida real é um péssimo exemplo!

Marcio Ferreira disse...

Meu velho amigo André.
Foi assim que comecei um dos inúmeros comentários que escrevi para este seu texto e não mandei. Isto quer dizer que ele me provocou e incomodou muito. Tenho pensado se eu gostaria de poder contar com o Batman, apesar de ele ser o sonho de todos nós... Me martela sempre: E quem vigia o vigilante?
Abraços

André B. disse...

é verdade, velho amigo!

É a metáfora do Frankenstein.

Uma vez inventada, mesmo objeto das boas intenções do criador, quem seria capaz de deter a invencível criatura caso fosse preciso?

Precisamos, talvez, de um batman incorruptível. Porque aguentar essas traças mesquinhas corroendo nossa dignidade e nossa cidadania não da mais!