quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Livro de Ouro


A época natalina traz o assunto à tona.

Todo ano olho o Livro de Ouro da portaria. Como evitar bisbilhotar se o seu vizinho do segundo andar deu menos grana, se o do nono andar presenteou os porteiros com aquele valor bonito!

Fiquei pensando nas reações que cada quantia poderia causar nos porteiros.

Cheguei a essa conclusão:
Morador não assina o livro de ouro - Talvez passe despercebido. Difícil a rapaziada da portaria se lembrar de todo mundo que não pagou.

R$ 10 - Era melhor ter sido mão-de-vaca total! Dar "10 real" é pior que não dar nada! Fica mal-falado pelos funcionários e pela vizinhança.
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R$ 50 - Tá na média do prédio. Passou a mensagem certa: "Sabe como é, tô duro, mas faço questão de contribuir!"

De R$100 a R$200 + Panetone que ganhou de brinde da empresa - Fortaleceu!! Os funcionários ficam felizes da vida! Vai até poder burlar aquelas regrinhas cansativas da síndica chata do prédio, como a proibição de deixar pacotes grandes na portaria ou a chave de casa para visitantes.

Agora, imaginemos a situação fictícia de uma doação de R$10 mil - Poderia despertar o lado mais mesquinho do ser-humano. Ciumeira, inveja, cobiça. Não duvidaria de o porteiro-chefe pedir demissão e fugir sozinho com a bolada! Ou, na hora de fazer o rachuncho, deixar aquele servente recém-chegado de fora.

O mesmo gesto, o mesmo Livro de Ouro. O mesmo espírito natalino. E quantias diferentes podem despertar reações tão extremas.

Um comentário:

Sidney Rezende disse...

André, e quando vc mora num lugar e trabalho em mais de 3 lugares? E se não der para o entregador de revistas corre o risco da sua não chegar na data? E o drama quando vc se programa para dar para 3 porteiros e aparece um ou mais que trabalham em outro turno e você é obrigado a dar para eles também? POr isso existe o 13o. Está explicado.