quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O poder do cão


Sempre tem aquele vizinho que entra no elevador e não dá boa noite.
Esbarra com você todo dia, passa direto, olhando pra frente.

Mas há um fenômeno capaz de forçar estes seres para fora de suas bolhas e quebrar esses rostos tão pouco acostumados a sorrir:

PASSEAR COM O CACHORRO.

Eu tive esse estalo outro dia, dirigindo.
Reparei num encontro de cães encoleirados na calçada.
O cachorro é sempre imprevisível. Basta um animal encontrar seu semelhante e os desdobramentos a Deus pertencem.

Imagine a cena: seu vizinho sizudo passeando com o cãozinho. Os dois cruzam com outra dupla gente/bicho, vindo na direção contrária.

Possíveis consequências:

UM CACHORRO RESOLVE ATACAR O OUTRO - o carrancudo é obrigado a tentar frear sua fera de qualquer maneira. Mudam as feições. A expressão mal-humorada dá lugar à assustada, ofegante. Um quase desespero, dependendo do tamanho do cachorro.

UM CHEIRA O OUTRO, AS COLEIRAS SE ENTRELAÇAM - constrangimento imediato para o dono cara-amarrada. É obrigado a falar amigavelmente com o outro dono, pedir desculpas (o que não é seu forte).

O CÃO FAZ COCÔ NA RUA - É necessário adotar uma postura social pouco honrosa: abaixar e catar escrementos para a platéia.
.
O BICHO TREPA NA PERNA DO TRANSEUNTE - Azedou. O cara deixa cair por completo a máscara social. O pedestre, alvo da libido canina, ainda pode interpretar o ato não como um ímpeto animal, mas como culpa do dono! Não tem opção: tem que se fazer de simpático.

O cachorro muda, sim, a personalidade humana.

2 comentários:

Anônimo disse...

e o gato também!!! conheço uma pessoa que teve a brilhante idéia de lamber a cabeça de um para ver como ele reagia!!
juro por tudo!!!
só pode ser doente...

hahaha

bjs

Fernando Burgés disse...

Essa história é magnífica, eu conto pra gente recém conhecida, mas para nao passar vergonha dizendo que foi um parente próximo sangue-do-meu- sangue, eu sempre digo que foi um amigo...