domingo, 14 de dezembro de 2008

Solo de uma nota só



Tim Reynolds é um alemão de 51 anos. Virtuoso em mais de um instrumento musical, mas com predileção pela guitarra e violão.

Reynolds é o Robin da dupla dinâmica com Dave Matthews. Participou de vários discos de estúdio do Dave, além de terem se apresentado juntos em vários shows acústicos. Apenas dois banquinhos e dois violões.

Dave faz a "base" e Reynolds faz os solos.
O solo, a meu ver, é o toque de personalidade. A mesma música será tocada 10 vezes em 10 shows diferentes, mas o solo pode ser completamente diferente a cada dia.

Dito isto, proponho a seguinte questão:

Durante a apresentação da música LIE IN OUR GRAVES, em 2007, no Radio City Music Hall, em Nova York, Tim Reynolds resolveu fazer um solo de quase dois minutos com apenas UMA NOTA!

Como as batidas de asas de um beija-flor, o músico tocou a nota RÉ, em média, 6 vezes por segundo durante cento e dez segundos.

No vídeo em destaque está a apresentação. Ouça você mesmo. Vai do minuto 3:10 até o 5:00.
É agradável de se ouvir? É, meramente, um ruído? O que leva um músico talentoso e cheio de recursos a fazer uma sequência musical com uma nota apenas?

Minha opinião é a seguinte:
A aceitação do tal "solo" depende muito do estado de espírito do ouvinte. Se você está ouvindo a música no carro, prestando atenção no trânsito, o barulho vai começar a incomodar, como um mosquito voando perto do ouvido.

Mas se você está "viajando" na música e na letra, acredito que o tal solo soará como um "descarrego emocional", um choro, uma pausa pra refletir e extravasar angústias contidas.

No meu filtro-auditivo, já peneirei essa música das duas maneiras. Dependendo de como eu esteja, o barulho é cansativo e inconveniente. Mudo logo de faixa. Outras vezes, se casa perfeitamente com o clima que estou vivendo naquele momento.

E para você? É só barulho? É só poesia musical?

De qualquer forma, ouça a canção inteira. Vale muito a pena.

4 comentários:

Fernando Burgés disse...

Que música!!!
Quando li o post, antes de ouví-la, fique predisposto a comentar no final que se tratava de uma pretensão descomunal, o de "solar" com apenas uma nota , ao vivo.
Porém, ao ouvir a canção se percebe que a sensibilidade do solista é tamanha que pouco importa se é uma, duas, trezentas notas. A expressão facial dele durante os quase dois minutos "sofrendo" com a tal da nota ajudam a incorporar o espírito da coisa.
Ou seja, acho que a musica tem mais impacto se escutada junto com a imagem, ou melhor ainda, estando lá.
Foda!

André B. disse...

Boa muleque!

você é dos meus!

Uma nota só não é só o samba do tom jobim!

é o solo do tim reynolds

Anônimo disse...

Como não consigo votar na enquete, lá vai minha resposta: INCÔMODO!
Podem tacar sapatos na minha cara, mas não mudo minha opinião!!!!!!
hahha
Beijão

Anônimo disse...

Essa versão é maravilhosa!!! O solo é magnifíco, de uma sensibilidade incrível. Me emociona toda vez. DMB é mesmo genial. Minha nova paixão.
PS: Bom ver o Touro aí. Como será que está a vida em Genebra?